terça-feira, 8 de março de 2011

Professor da USP propões transporte fluvial para a capital de SP



Você que foi viajar nesse carnaval, se passou pela capital paulista, com certeza ficou parado nas marginais. A gente já sabe que só construir pontes e mais pontes não dá muito certo. Então que tal parar de pensar nos rios só como um enfeite para as marginais? É isso que propõe o arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov.
Professor da USP, Alexandre pesquisou a origem das propostas de transportes fluvial na capital e criou um projeto que conta com 600 quilômetros de canais navegáveis, passando pelos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e pelas represas Billings, Guarapiranga e Taiaçupeba.
O arquiteto ainda lembra que “Onde hoje fica São Paulo, os portugueses encontraram aldeias indígenas interligadas pelos rios” então isso seria como voltar ao passado paulista.
O trânsito começou a dar errado com o prefeito Prestes Maia que governou de 1938 a 1945 e transformou canais em avenidas, como a 9 de julho e a 23 de maio. Com isso foram eliminados 4 mil quilômetros de riachos e córregos e o dobro de margens para o lazer. Se ele tivesse pensado (e já naquela época pesquisado em outras grandes capitais do mundo) poderia ter feito parques fluviais, como os de Paris, Londres e Amsterdã.
Delijaicov ainda diz que o investimento de 1 bilhão de reais já seria compensado pelo uso do sistema fluvial para transporte de entulho e lixo e que a coisa toda ficaria pronta em cerca de 20 anos. Prazo completamente aceitável para soluções urbanas, mas que no Brasil parece ser sempre mal visto pelos políticos em atuação que não querem gastar com algo que só dará resultados no mandato de outra pessoa.

Um comentário:

  1. O Brasil é muito atrasado em matéria de transporte, fato. Muito disso se deu por conta do favorecimento da indústria automobilística em detrimento de todos os outros meios de transportes: a sucatização das ferrovias (e veja que em qualquer outro país do porte do Brasil, até na Índia, esse transporte é priorizado), o não desenvolvimento de transportes alternativos (tal qual o fluvial), etc.

    Infelizmente isso é um interesse que ainda hoje perdura. Veja: se grande parte do PIB do Brasil provém de crédito -- e grande parte do crédito vem do financiamento de bens móveis, como o carro -- não é interessante que haja transporte público de qualidade (o que inclui não só os já citados, como os próprios ônibus, metrôs e trens). Isso é proposital: favorece a "indústria" financeira, favorece as montadoras, favorece o governo.

    Só não favorece o povo.

    Abraço;

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